domingo, 20 de fevereiro de 2011

Cartografia - Projeções Cartográficas 1

Projeções Cartográficas_ Os sistemas de projeções cartográficas foram desenvolvidos para dar uma solução ao problema da transferência de uma imagem da superfície curva da esfera terrestre para um plano da carta, o que sempre vai acarretar deformações.
Projeção cartográfica é então, a representação de uma superfície esférica em um plano. Como a esfera é um sólido não planificável, obrigatoriamente sofrerá deformações quando projetada. Essas deformações podem ser em relação às distancias, às áreas ou aos ângulos, por isso cabe ao cartógrafo escolher o tipo de projeção que melhor atenda aos objetivos do mapa. O uso deste artifício geométrico das projeções consegue reduzir as deformações, mas nunca eliminá-las. Quanto às propriedades_ Os tipos de propriedades geométricas que caracterizam as projeções cartográficas, em suas relações entre a esfera (Terra) e um plano, que é o mapa, são: a) Conforme – Os ângulos são mantidos idênticos (na esfera e no plano) e as áreas representadas são deformadas. Usa-se a escala real apenas próximo a linha do Equador, à medida que se afasta da região equatorial, a distorção é maior. b) Equivalente – Apresentam formas distorcidas, mas as áreas mantêm o mesmo valor da área real. Os ângulos do planisfério ficam deformados em relação aos ângulos da esfera terrestre. c) Eqüidistantes – Mantém uma igualdade nas distancias a partir de um centro determinado, mas apresenta distorções nas áreas e nas formas terrestres. Projeção conforme_É como se denomina a projeção que não se preocupa com as áreas ou com as distancias. São construídas a partir de uma malha de paralelos e meridianos que se cruzam perpendicularmente, como na projeção cilíndrica. Tal como em todas as projeções cilíndricas, os meridianos e paralelos são representados por segmentos de reta perpendiculares entre si, e os meridianos são eqüidistantes. Essa geometria faz com que a superfície da Terra seja deformada na direção leste-oeste, tanto mais quanto maior for a latitude. Na projeção de Mercator, abaixo, o espaçamento entre paralelos adjacentes aumenta com a latitude, de modo a que aquela deformação (na direção leste-oeste) seja acompanhada por idêntica deformação na direção norte-sul. Isto tem como conseqüência que a escala da projeção aumente também com a latitude, tornando-se infinita nos pólos (o que impede a sua representação). Tratando-se de uma projeção conforme, a escala não varia com a direção e os ângulos são conservados em torno de todos os pontos. Contudo, e tal como em qualquer outra projeção cartográfica, a escala varia de lugar para lugar, distorcendo a forma dos objetos geográficos representados. Em particular, as áreas são fortemente afetadas, transmitindo uma imagem errada da geometria do nosso planeta. Por exemplo, a Groenlândia é representada com uma área idêntica à de África, muito embora ela seja, na realidade, cerca de 13 vezes menor. Projeção de Mercator_ A projeção de Mercator foi apresentada em 1569 pelo geógrafo e cartógrafo flamengo Gerhard Kremer (de sobrenome latino Gerardus Mercator), através de um grande planisfério de dimensões 202x124 cm, composto por dezoito folhas impressas. Seu mapa popularizou o termo planisfério. Nesta projeção os meridianos e os paralelos são linhas retas que se cortam em ângulos retos. Corresponde a um tipo cilíndrico pouco modificado. Nela as regiões polares aparecem muito exageradas.
Projeção de Mercator ou Cilíndrica Equatorial
Projeção Equivalente_ As Projeções equivalentes recebem esse nome porque mantêm uma área constante em toda a superfície do mapa. São chamadas de igual área ou projeções equivalentes. Foram desenvolvidas várias projeções equivalentes na tentativa de minimizar a distorção de outras propriedades geométricas mantendo a área constante. Esse método despreza a curvatura da Terra e cria uma grande deformação dos ângulos das coordenadas e nas distancias reais. As Projeções equivalentes são bastante usadas para mapas temáticos que mostram distribuição de cenários como população, distribuição de terras agricultáveis, áreas florestadas, etc.
Também são chamadas projeções de homolográfica, ou equiareal. Um dos primeiros a adotar essa técnica foi James Gall, em 1855, e, posteriormente, na década de 1970, o professor Arno Peters. A Projeção de Gall-Peters é um tipo de projeção cartográfica dita cilíndrica e equivalente. As retas perpendiculares aos paralelos e as linhas meridianas têm intervalos menores, o que resulta numa reprodução fiel das áreas dos continentes à custa de uma maior deformação do formato dos mesmos. Esta projeção surgiu em 1973, e suscitou debates acalorados entre os cartógrafos, devido às implicações políticas de suas características. A projeção de Gall-Peters é dita "terceiro-mundista", por dar um realce maior às nações que historicamente compõem a parte mais pobre do mundo. Arno Peters o batizou de "mapa para um mundo mais solidário". Os países situados em altas latitudes são relegados a um segundo plano, ao contrário da projeção de Mercator. A maior diferença da projeção de Gall-Peters para a representação de Mercator é a redução do tamanho do continente europeu e o aumento considerável do continente africano. Todavia, continua sendo um mapa pouco conhecido, e poucas editoras fazem menção a ele em seus livros e cartas geográficas. Projeção de Peters_ Sua base também é cilíndrica equivalente, e determina uma distribuição dos paralelos com intervalos decrescentes desde o Equador até os pólos, como podemos observar no mapa a seguir.
Projeção Cilíndrica Equivalente de Peters
As retas perpendiculares aos paralelos e as linhas meridianas têm intervalos menores, resultando na representação das massas continentais, um significativo achatamento no sentido Leste-Oeste e a deformação no sentido Norte-Sul, na faixa compreendida entre os paralelos 60º Norte e Sul, e acima destes até os pólos, a impressão de alongamento da Terra. Projeções eqüidistantes_ A Projeção eqüidistante não apresenta deformações lineares, isto é, os comprimentos são representados em escala uniforme. Elas preservam a escala em alguma parte do mapa, não sendo possível representar todas as distâncias corretamente em escala. Porém, é possível produzir uma projeção tal que todas as distâncias a partir de um ou dois locais sejam verdadeiras em escala ou na qual todas as distâncias medidas perpendicularmente a uma linha sejam verdadeiras em escala. Deve ser ressaltado, entretanto, que a condição de eqüidistância só é conseguida em determinada direção e, de acordo com essa direção, um projeção eqüidistante se classifica, em meridiana, transversal e azimutal ou ortodrômica. Também chamadas de projeções planas, as projeções azimutais são elaboradas a partir de um plano tangente sobre a esfera terrestre. O ponto de tangência torna-se o centro do mapa. Geralmente esse centro apresenta pequenas deformidades que se acentuam à medida que dele nos afastamos. A projeção azimutal é, entre todas as projeções aquela que tem o maior caráter geopolítico, sendo adequada aos interesses dos Estados Nacionais, pois permite a centralização do mapa em qualquer país do mundo. Projeção Azimutal Eqüidistante_ Nesta projeção, centrada no Brasil, os ângulos azimutais são mantidos a partir da parte central da projeção.
Projeção Azimutal Eqüidistante Polar_ Na projeção azimutal eqüidistante que tem os pólos em sua porção central, a área representada mostra um só hemisfério, os meridianos são convergentes no centro e os paralelos são concêntricos. As maiores deformações estão em suas áreas periféricas.
Projeção ortográfica Ela nos apresenta um hemisfério como se o víssemos a grande distância. Os paralelos mantêm seu paralelismo e os meridianos passam pelos pólos, como ocorre na esfera. As terras próximas ao Equador aparecem com forma e áreas corretas, mas os pólos apresentam maior deformação.
Projeção cônica_ Nesta projeção os meridianos convergem para os pólos e os paralelos são arcos concêntricos situados a igual distância uns dos outros. São utilizados para mapas de países de latitudes médias. Projeção de Mollweide_ Nesta projeção os paralelos são linhas retas e os meridianos, linhas curvas. Sua área é proporcional à da esfera terrestre, tendo a forma elíptica. As zonas centrais apresentam grande exatidão, tanto em área como em configuração, mas as extremidades apresentam grandes distorções.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Quem sou?

Sou professor de Geografia, formado pelo Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Pelotas (RS). Moro em Criciúma (SC) e leciono no EEB Rubens de Arruda Ramos e EEB Maria José Hülse Peixoto, na rede estadual de ensino de Santa Catarina.